Greve em São José: trabalhadores do serviço público municipal permanecem mobilizados em defesa da vida

Em assembleia realizada na tarde desta quarta-feira (3), os servidores municipais de São José deliberaram mais uma vez pela continuidade da greve no município.

A paralisação das atividades foi a maneira encontrada pelos trabalhadores para barrar a decisão do prefeito em retomar as aulas presenciais na rede municipal de ensino, o que trará consequências não somente para a área de Educação, mas também Saúde, Assistência Social e outros setores da administração.

As escolas tornaram-se ambientes de propagação do vírus da Covid-19. Ao retomar as aulas presenciais, um grande número de pessoas estará em circulação nas ruas, levando o vírus de ambientes externos, como o transporte coletivo, para as salas de aula, onde os alunos, se contaminados, levarão a doença para dentro de suas famílias. Uma cadeia que tende a aumentar exponencialmente os casos de contágio, causando reflexos diretos no já sobrecarregado sistema de saúde.

Exigências

A categoria exige o cumprimento de uma pauta mínima para o encerramento da greve, incluindo a manutenção do ensino remoto nesse momento; um cronograma de vacinação contemplando todos os servidores municipais; e a negociação das demandas dos trabalhadores cujas atividades não podem ser realizadas remotamente, a fim de garantir condições de trabalho seguras.

Governo municipal ignora dimensão da pandemia

Mais cedo, no início da tarde desta quarta-feira (3), uma reunião que havia sido articulada pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina foi realizada entre representantes do Sintram/SJ e do governo municipal de São José.

Mais uma vez a administração se mostrou irredutível, mantendo a ideia de retornar às atividades presenciais na rede municipal de ensino de São José. Aparentemente, o Executivo não considera preocupante o quadro atual da pandemia no município, indo na contramão de todas as medidas que deveriam ser tomadas. Além disso, não apresentou nenhuma proposta para o fim da greve.

Estamos passando por um dos momentos mais críticos da pandemia. São José é a cidade com o maior crescimento do índice de contaminação por Covid-19 de todo o Estado. Em Santa Catarina, todas as regiões estão em situação Grave ou Gravíssima. Na Grande Florianópolis, os leitos de UTI estão lotados, hospitais em situação de colapso, com os médicos tendo que escolher quais pacientes receberão atendimento.

Audiência com MPSC

Está marcada para esta quinta-feira (4) uma audiência entre entidades sindicais que representam os trabalhadores da Educação e o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) para discutir sobre a retomada das aulas presenciais. Na reunião estarão presentes representantes das seguintes entidades: Sintram/SJ (São José); Sintrasem (Florianópolis); Sitrampa (Palhoça); Sintramubi (Biguaçu); do Sinte Regional Florianópolis e Sinte Regional São José.

Na oportunidade, o Sintram/SJ irá apresentar os motivos da greve e a situação da rede municipal de ensino de São José. Não há condições que garantam segurança sanitária neste momento.

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