Após decreto suspendendo aulas presenciais, servidores(as) de São José encerram greve em defesa da vida

Os trabalhadores e trabalhadoras do serviço público municipal de São José decidiram em assembleia, realizada nesta terça-feira (16), pelo fim da greve iniciada no dia 1° de março.

Uma das principais reivindicações do movimento paredista era a suspensão imediata das atividades presenciais nas escolas, pauta que acabou sendo atendida por meio do decreto formulado em conjunto pelos prefeitos da Grande Florianópolis e publicado na tarde desta terça em São José. As aulas serão ministradas exclusivamente em modo remoto por pelo menos uma semana, e reavaliadas semanalmente.

A pressão de diversas entidades nos últimos dias contribuiu para que os gestores municipais tomassem decisões conjuntas e urgentes para conter o avanço da pandemia. Em São José, a luta dos trabalhadores(as) serviu para pressionar o Executivo a partir dos inúmeros relatos sobre a falta de condições seguras de trabalho, bem como as consequências do retorno das aulas presenciais para toda a rede de serviços públicos do município.

As medidas tomadas em conjunto pelos prefeitos da região, entre elas justamente a suspensão das aulas presenciais, demonstra de maneira clara a legitimidade e a necessidade da greve realizada.

Entretanto, a categoria encerra o movimento grevista sem a realização de uma mesa de negociação com o Executivo, o que vem sendo solicitado desde o mês de fevereiro.  Além do pedido pela manutenção do ensino remoto no município, os trabalhadores solicitam um cronograma concreto de vacinação contemplando todos os servidores(as) municipais e a negociação das demandas dos trabalhadores cujas atividades não podem ser realizadas remotamente, a fim de garantir condições seguras de trabalho.

Mobilizados em defesa da vida

A greve dos trabalhadores(as) municipais de São José teve como principal objetivo proteger a vida de todos, tanto dos profissionais como dos alunos e familiares. Não se trata de questões econômicas, mas de colocar vidas em primeiro lugar, o que, surpreendentemente, não foi motivo suficiente para sensibilizar o prefeito Orvino de Ávila a escutar as demandas dos servidores(as) e entender o que está ocorrendo nas unidades da rede de ensino de São José.

Além disso, numa clara medida de retaliação ao movimento, o Executivo decidiu demitir Trabalhadores Admitidos em Caráter Temporário (ACTs) que aderiram ao movimento grevista, quando estes simplesmente solicitavam condições seguras de trabalho.

Diversos profissionais passarão agora a fazer parte do número crescente de desempregados, num momento gravíssimo de crise sanitária e econômica que assola o País. Infelizmente, para a administração, lutar pela vida em meio a uma pandemia é motivo de demissão.

Encaminhamentos

Apesar do término da greve, os servidores aprovaram durante a assembleia a realização de diversas ações, mantendo ativa a luta em defesa da vida de todos e de todas.


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