Sintram/SJ denuncia a entrada de representantes da Força Pré-Militar Brasileira nas escolas municipais de São José

O Sintram/SJ vem a público denunciar a absurda permissão da entrada de representantes da FOPE (Força Pré-Militar Brasileira) nas escolas municipais de São José. Enquanto os trabalhadores da Educação clamam por condições de trabalho, com estrutura física, materiais pedagógicos e profissionais suficientes, a Sec. de Educação abre espaço para uma organização que se apresenta como prestadora de “treinamento disciplinar, reforço escolar e patriótico aos jovens que desejam ingressar na carreira militar”.

A FOPE é alvo de denúncias por todo o Brasil por indícios de violação dos direitos da criança e do adolescente. Além disso, é preciso considerar os perigos desse tipo de preparação militar para jovens nessa idade.

Com foco na resolução de problemas por meio da força e da violência, o treinamento militar precoce pode ter um impacto significativo no desenvolvimento psicológico dos jovens. Expor crianças e adolescentes a situações de estresse, hierarquia rígida e disciplina militar intensa pode ser prejudicial ao seu bem-estar emocional e mental. 

Organizações extremistas como a FOPE, pregam uma percepção distorcida de patriotismo, onde a “defesa nacional” é uma prioridade acima de outros valores igualmente importantes, como direitos humanos e respeito às diversidades. Mais grave ainda é a possibilidade do manuseio de armas de fogo pode ser parte do treinamento, levantando sérias preocupações sobre a segurança das crianças e adolescentes.

As autoridades devem considerar sua responsabilidade quanto aos impactos disso a longo prazo. O papel do poder público é garantir que as atividades educacionais sejam equilibradas, respeitem os direitos e o bem-estar dos jovens e promovam um ambiente de aprendizado saudável e inclusivo.

As unidades educativas têm autonomia pedagógica e não devem aceitar a entrada de nenhum tipo de organização que se paute no doutrinamento de jovens, muito menos as que valorizam o autoritarismo presente no ambiente militarizado.

Em defesa da escola pública e de qualidade, que não viole os direitos da criança e do adolescente, exigimos que a prefeitura oriente os diretores a não aceitarem a entrada desta organização nas unidades educativas!

A Secretaria de Educação entrou em contato com o sindicato para informar que não autorizou a entrada desta organização nas escolas municipais. Reforçamos o pedido à Prefeitura para orientar os diretores e profissionais da educação sobre esta questão.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*