Caros trabalhadores e trabalhadoras,
Mais uma vez, a população brasileira é chamada a pensar num projeto de país. Compreendemos que o processo eleitoral não é a única forma de atuar democraticamente na sociedade, mas é possível sentir na pele, no bolso, no prato, no tanque de combustível, a cada compra no mercado, o quanto as condições de vida da classe trabalhadora pioraram drasticamente nos últimos anos. É preciso lembrar, por exemplo, que o litro da gasolina chegou a custar 8 reais! Neste ano eleitoral, o preço foi diminuindo conforme as pesquisas de intenção de votos foram mostrando um cenário desfavorável para o governo atual. Será coincidência?
Além do elevado custo de vida, passamos por um momento dramático de proporções mundiais com a crise sanitária imposta pela pandemia da Covid-19. Esta pandemia, agravada por decisões irresponsáveis por parte de governantes negacionistas, deixou a marca de mais de 685 mil mortes no país. Tantas vidas interrompidas, famílias em luto, uma nação arrasada por um período político em que, no auge de uma devastação por um vírus fatal, o Ministério da Saúde passou por substituições constantes, conforme convinha ao Executivo Federal. O escândalo da tentativa de corrupção na aquisição de vacinas, o descaso para garantir a compra das mesmas e, inclusive, a propaganda negativa em relação às vacinas e à ciência, contribuíram para a interrupção de tantas vidas precoce e desnecessariamente. Dói lembrar esta página infeliz da nossa História, mas é preciso para que não voltemos a repetir os erros do passado.
Não se trata de escolher entre esse ou aquele, mas sim de garantir que o país possa se reerguer, volte a ser respeitado internacionalmente, recupere sua soberania nacional, volte a garantir recursos para Educação, Saúde, Assistência Social, Segurança, Moradia, proteja o meio ambiente, respeite as mulheres, as populações pretas, LGBTQIA+, indígenas. Recupere sua Economia e garanta dignidade para seu povo.
Para além da disputa presidencial, é preciso lembrar que também escolheremos governadores, senadores, deputados federais e estaduais. Estes cargos são responsáveis por criar as leis e fazê-las cumprir em nível estadual e federal, direcionando recursos e posicionamentos decisivos para os municípios. Comece avaliando as propostas de cada candidato. Pesquise quais ações estão sendo propostas e como isso irá afetar diretamente a sua vida. Como servidor público, analise quem realmente defende o serviço público de qualidade. Precisamos de representantes que defendam os reais interesses da classe trabalhadora, afinal, ao fazer parte desse sistema, inevitavelmente, você será atingido.
Avalie qual é o passado de quem está se propondo a ocupar um cargo eletivo. Se inexistir qualquer registro de luta em defesa dos trabalhadores e trabalhadoras, dificilmente isso mudará depois, caso o candidato seja eleito. O momento não permite apostas erradas, pois as consequências certamente serão ainda mais nocivas. Quem luta pela conquista e garantia de direitos, terá a oportunidade de fazer a defesa da pauta dos trabalhadores no Executivo e Legislativo.
Lembre-se dos candidatos que usaram os mandatos para retirar os seus direitos enquanto trabalhador e trabalhadora, como a ampliação da terceirização dentro dos serviços públicos, a Emenda Constitucional 95/16, que congelou os gastos públicos por 20 anos nas áreas essenciais como educação, saúde, assistência social e segurança; Reforma Trabalhista; Reforma da Previdência; congelamento da valorização por tempo de serviço com a Lei Complementar 173/20. Outra pauta que ameaça seriamente o serviço público é a Reforma Administrativa, materializada na Proposta de Emenda à Constituição – PEC 32 que, se aprovada, destruirá o serviço público, tendo como alvo de ataque os servidores, suas carreiras, sua estabilidade e demais direitos conquistados ao longo de muitas lutas. Como seu candidato se posiciona sobre esta PEC?
Não vote em quem vota CONTRA você. Não vote em quem ameaça a democracia.
Direção do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de São José
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