Na última semana, os profissionais da educação iniciaram formação para aplicação da metodologia dessa empresa, com o nome de Projeto “Mente Inovadora”. Nos encontros, professores relatam que os formadores indicam a aplicação das apostilas/jogos ao menos uma vez por semana com todas as crianças, incluindo na Educação Infantil.
Estudiosos sobre a infância nos últimos anos vêm pontuando sobre como o uso de apostilas limita as possibilidades do trabalho proporcionado por professores(as) de Educação Infantil. Entendemos que o uso dessa nova metodologia de apostilas não vai ao encontro nem com os debates e formações que os profissionais da educação de São José tiveram nos últimos anos, nem com a própria proposta do município.
Além disso, o contrato com essa empresa custou, segundo os dados no Diário Oficial, R$16.197.116,00. Ou seja, a Prefeitura Municipal de São José gastou 16 milhões de reais em uma metodologia sem debate com os profissionais da educação do município, em um contexto de desvalorização salarial da categoria. Outra questão que nos preocupa é que a empresa MindLab já foi investigada pelo Ministério Público em várias cidades do país pelo fato de ter sido contratada sem processo de licitação.
Por fim, existe também a questão ideológica do uso desta metodologia. Segundo o próprio site da empresa, “[…] a Mind Lab é líder mundial em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias educacionais inovadoras para o aprimoramento de habilidades e competências cognitivas, sociais, emocionais e éticas”. A quem interessa essa metodologia, ainda mais sem um diálogo democrático com os profissionais da educação de nosso município?
O Sintram/SJ publiciza sua posição CONTRÁRIA à compra desse material, e reitera a necessidade de um amplo debate com os profissionais da educação quanto à aquisição de quaisquer materiais pedagógicos, pois a ação do executivo demonstra desvalorização aos estudos e formações dos profissionais da área, que tanto se dedicam para atender à população josefense com qualidade.
Um absurdo. Vai contra tudo o que estudamos. Sem contar o conteúdo desse material. Para os filhos da classe trabalhadora resta a metodologia das competências socioemocionais, pra formar mão de obra barata para o mercado??? Cadê o acesso à cultura, à ciência, à uma educação crítica e emancipatória? Querem empurrar goela abaixo uma ideologia empresarial, mas os professores não vão se calar, Orvino!!!
E divulgam que todas as crianças ganham o material de apoio, na verdade está faltando muito material, e o gasto com o material, hoje o professor tem que iniciar o programa, como sempre dando seu jeito.