Adeliana encerra a gestão como começou: promete mas não cumpre

O Sintram realizou, nesta quarta-feira (16), Assembleia Geral Extraordinária com os trabalhadores do serviço público municipal de São José. Observando os protocolos  de segurança sanitária contra o Covid-19, a assembleia foi realizada de forma virtual, por meio de plataforma on-line. Na pauta, informes e análise de conjuntura; resultado da reunião com a prefeita sobre a data-base e avaliação do estado de greve.

No dia 11 de dezembro, a prefeita Adeliana Dal Pont recebeu a direção do sindicato para comunicar o envio de projeto de lei à Câmara de Vereadores no dia anterior, concedendo reposição de 2,21% aos servidores(as), representando o acumulado do IPCA de janeiro a outubro de 2020, o que ainda deixaria os servidores com perdas salariais do ano de 2019. Porém, ao chegar no Legislativo municipal, o projeto não tramitou. Segundo o presidente da Casa, as atividades das Comissões já haviam sido encerradas.

Não foi por falta de tempo

Há meses os trabalhadores reivindicam a reposição, prevista em lei inclusive. Porém, premeditadamente, a prefeita Adeliana preferiu esperar esgotar o tempo hábil para que o projeto fosse encaminhado à Câmara, onde também não houve qualquer esforço para que a matéria fosse colocada em tramitação.

Vale lembrar que o atual presidente do Legislativo será o próximo vice-prefeito de São José, e já dá demonstrações de como será o tratamento dispensado aos servidores municipais a partir do próximo ano.

Não bastasse a enganação da reposição, é preciso lembrar que no início de dezembro os vereadores votaram contra os trabalhadores, aumentando de 11% para 14% o desconto para a São José Previdência.

Resumindo: a prefeita Adeliana protelou a reposição até o final da gestão, e, por sua vez, a Câmara de Vereadores não prosseguiu com a tramitação da proposta. Ao mesmo tempo, os servidores foram penalizados com um desconto de 3% em seus salários.

Por que Adeliana não enviou o projeto antes? Por que o presidente da Câmara, Michel Schlemper, não fez nenhum esforço para pautar a matéria

Depois de tanto esforço para enfrentar a pandemia, que ainda persiste e continua exigindo dedicação extra dos trabalhadores(as) do serviço público, essa é a recompensa da administração.

Encaminhamentos

A categoria mais uma vez votou pela manutenção do estado de greve, considerando que o Executivo insiste em não cumprir a lei e aquilo que já havia sido acordado na data-base 2020. O envio do projeto à Câmara prevendo a reposição não passou de um movimento enganoso, cujo desdobramento, ao que se percebe, já estava combinado entre Executivo e Legislativo.

Na assembleia desta quarta-feira também foi reafirmada a posição contrária em relação à volta às aulas presenciais enquanto a pandemia permanecer em grave risco de contaminação. Além disso, o retorno só poderá ocorrer se cumpridas todas as medidas sanitárias de segurança, incluindo vários aspectos: testagem periódica dos servidores, matriz de risco azul, garantia de EPIs permanentes a todos os profissionais e alunos, UTIs hospitalares com leitos disponíveis, suporte do sistema de saúde básica, vacinação prioritária dos profissionais etc.

A luta continua

A atual gestão municipal está se encerrando, mas, outra inicia com inúmeras semelhanças. O desrespeito e os ataques serão enfrentados com muita luta pela categoria no próximo período.

Nesse momento, os servidores permanecem em estado de greve e as atividades não serão paralisadas, ainda, em respeito à população que tanto precisa dos serviços públicos, principalmente em razão da pandemia.

A categoria se manterá organizada e mobilizada para reivindicar em 2021 o que é seu por direito, bem como a valorização desses profissionais que estão na linha de frente do combate à pandemia.
Caso o Executivo permaneça com suas práticas enganosas, tentando ludibriar os trabalhadores com suas manobras traiçoeiras, novos enfrentamentos serão realizados  pela categoria.

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