Centrais sindicais aprovam plano de lutas e manifesto em defesa do serviço público

Em defesa do serviço público e contra os ataques crescentes e constantes do governo Bolsonaro contra os trabalhadores e trabalhadoras, a CUT, CTB, CGTB, Intersindical, CSP-Conlutas e diversas confederações, federações e sindicatos apontaram a necessidade de unir servidores públicos e trabalhadores de empresas estatais, organizações e centrais sindicais, e a sociedade para barrar o desmonte do Brasil.

A frente foi firmada durante a Plenária Nacional Em Defesa dos Serviços Públicos Municipal, Estadual e Federal, das Empresas Estatais, do Brasil e dos Trabalhadores, realizada nesta terça-feira (26), na sede dos Sindicato dos Bancários, em Brasília.

A diretora de Política Sindical e Imprensa do Sintram/Sj, Jumeri Zanetti, participou da plenária, e destacou que o governo federal tem atuado diariamente para implantar medidas contra os trabalhadores brasileiros, do campo ou da cidade. Na avaliação da dirigente, o objetivo maior é promover o sucateamento das estruturas de atendimento à população, ou seja, ou serviços públicos, para abrir espaço às privatizações. “As ações do governo Bolsonaro são bancadas pelo capital. Os empresários atuam para acabar até mesmo com os direitos mais básicos dos brasileiros e brasileiras”, diz Jumeri.

A secretária-geral nacional da CUT, Carmem Foro ressaltou que o desmonte do serviço público coloca a sociedade mais pobre em situação de total falta de condições de vida. Ela também reforçou a necessidade de dialogar com a sociedade, para que todos entendam que serão prejudicados. “Se não tivermos uma aliança com o povo, podemos perder essa batalha”, disse.

Carmem considera as políticas de Bolsonaro um “projeto de morte para o país”. Para a dirigente, a luta em defesa do serviço público e das empresas estatais deve ser uma bandeira de todos. “O que está colocado é um ataque profundo aos mais pobres, que precisam de um posto de saúde, que precisam ir à escola pública, que precisam acessar os Correios” reflete.

Ao final da plenária, as categorias das três esferas do funcionalismo público aprovaram um plano de lutas para o próximo período, prevendo uma série de ações a serem realizadas pelas entidades sindicais, todas com o objetivo de defender servidores e servidoras e fortalecer o serviço público. Também foi aprovado um manifesto unificado, destacando, entre outros pontos, a importância dos serviços públicos para a sociedade.

Plano de lutas 

No plano de lutas, as centrais reafirmaram ainda a necessidade de discussão de realização de uma nova greve geral. Como encaminhamento, foi definida a data de 18 de março de 2020 como Dia Nacional de Paralisação Mobilização, Protesto e Greves. As entidades reforçarão ainda o dia 8 de março, Dia Internacional das Mulheres, como uma data importante de resistência. 

Antes disso, ainda em 2019, outra ação importante acontece de 2 a 6 de dezembro, quando serão realizadas ações diversas, como panfletagem em locais estratégicos contra a Medida Provisória 905/2019, contra as Propostas de Emendas à Constituição (PECs) 186, 187, 188 e contra o Pacote de ajuste de Guedes. 

Em Santa Catarina, será realizada uma assembleia unificada no dia 4 de dezembro, às 13h30, na praça Tancredo Neves, que fica em frente à Assembleia Legislativa.

Já no dia 12 de fevereiro de 2020, acontece uma atividade no Auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados, para debater o tema.

Com o objetivo de ampliar os debates em todos os espaços, serão criados um comando unitário nacional e frentes únicas nos estados para organizar e unificar as mobilizações e o debate com a população.

Em parceria com as diversas frentes parlamentares, as centrais realizarão eventos nas Assembleias Legislativas e nas Câmaras Municipais. A ideia que é sejam aprovadas moções dirigidas aos deputados federais e senadores, evidenciando a indignação da população contra os projetos que enfraquecem o serviço público.

Além disso, pretende-se repercutir essas ações junto aos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Propõem-se ainda discutir uma estratégia de mobilização unitária no campo jurídico.

Veja aqui o Plano de Ações completo

O manifesto

Entre outros pontos, manifesto aprovado evidencia as investidas do governo Bolsonaro contra o serviço público e contra os servidores. O texto ressalta a importância da manutenção de serviços essenciais como públicos e fundamentais para a soberania nacional.

“Um país rico em recursos naturais, precisa ter empresas estatais e públicas fortes e serviços públicos municipais, estaduais e federais de qualidade, prestados gratuitamente para o povo. Ao invés de retirar direitos e recursos financeiros, é preciso investir nos serviços públicos de qualidade”, diz trecho do documento.

Leia o manifesto completo aqui

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