Confira como foi a semana de atividades em comemoração aos 30 anos de fundação do Sintram/SJ

O Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Púbico Municipal de São José (Sintram/SJ) completou, em novembro deste ano, 30 anos de fundação. Uma extensa programação foi realizada para comemorar a data, momento que serviu também para debater temas importantes relacionados ao dia a dia dos trabalhadores e trabalhadoras. A direção do Sintram/SJ fez questão de percorrer toda a base, onde atuam os servidores, convidando para que participassem dos debates.

No primeiro dia da programação, o tema em questão foi Saúde do Trabalhador no Serviço Público. Participaram como debatedoras:

  • Maria Esther Baibich. Psicóloga, docente e doutoranda. Consultora nas áreas de Psicologia Organizacional e do Trabalho, Saúde Mental do Trabalhador e Gestão de Pessoas.

“A saúde do trabalhador é uma das temáticas fundamentais, e um dos focos é a questão do assédio moral no trabalho. Quem participou desse debate, poderá levar novas informações para o seu local de trabalho. Sabemos que, com o empobrecimento da população, o serviço público vai ficar cada vez mais sobrecarregado e mais pessoas vão procurar por educação, saúde. Precisamos estar preparados para isso. Temos que criar grupos para se fortalecer e continuar na luta”.

 

  • Erika Simas Ebsen. Servidora pública de São José, atua como enfermeira na Estratégia Saúde da Família. É também graduada em música e mestranda em enfermagem. Possui especialização em Saúde coletiva.

“A saúde do trabalhador é um aspecto que precisa ser valorizado pelas gestões, pois é algo que repercute diretamente na melhoria dos serviços prestados a população. Atualmente, o trabalhador do serviço público enfrenta diversas demandas que acabam contribuindo para a precarização do atendimento”.
 


Veja o debate na íntegra
Parte 1

Parte 2


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No segundo dia de programação foi aberto espaço para A discussão da diversidade e a população LGBT do e no serviço público. As debatedoras foram:

  • Carla Ayres. Socióloga e feminista. Doutora em Ciências Políticas. Integra o grupo Acontece – Arte e Política. Atua na defesa dos Direitos Humanos, das Mulheres e da população LGBT. Foi vereadora em Florianópolis.

“É importante trazer esse debate na atualidade por vários motivos. O primeiro deles é que se a gente relacionar o debate da classe trabalhadora com as especificidades do sujeito, seja as especificidades de gênero, de raça, e sobretudo de orientação sexual, a gente percebe o quanto que essas populações têm sofrido preconceitos não só nas ruas, nas casas, nas escolas, mas também no ambiente de trabalho, seja um ambiente de trabalho privado ou público”.

 

  • Gabriella Gomes. Contadora com MBA em Finanças e Controladoria. É servidora da Câmara de Vereadores de Pomerode. Coletivo LGBT Liberdade. Escritora no blog Opiniões Paralelas.

“Atualmente ainda é baixo o número de travestis e transexuais inseridas no serviço público. Por isso a importância de trazer estes temas para o debate, para tirar essas pessoas da invisibilidade. Há uma falta de políticas públicas para inclusão dessas pessoas trans, seja no serviço público ou na iniciativa privada. Isso faz com que essas pessoas fiquem ainda mais a margem da sociedade”.

 

  • Jacqueline Virmond Vieira. Psicóloga com especialização em Linguística Teórica. Doutora em Práticas Culturais e Processos de Subjetivação. Psicanalista e professora universitária. Coordena o projeto Flores da Clô.

“O mundo contemporâneo está no processo de modificação muito importante. Muitas pessoas que estavam num lugar ‘invisível’ começam a ter lugar. É importante que o serviço público traga esse tipo de discussão para que justamente se possa pensar novas formas de acolher toda essa população LGBT, as mulheres em situação de violência, enfim, dentro do serviço público. Que novas formas de olhar, acolher, atender, como lidar na sala de aula. Como dar um lugar de direito e reconhecimento a toda essa população”. 


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As mulheres do Serviço Público e a discussão de gênero foi o tema do terceiro dia da programação realizada pelo Sintram/SJ. Participaram como debatedoras convidadas:

  • Sueli AdrianoProfessora, formada em Estudos Sociais e Geografia. Pós-graduada em Gestão Escolar e em Mídias na Educação. Secretária de Políticas LGBT na Confetam, Secretária de Políticas para Mulheres na CUT/SC e Diretora Financeira do SINTRASEB.

“É preciso desconstruir o mito de que homens e mulheres precisam receber salários diferentes. Precisamos romper isso e demonstrar nossa responsabilidade dentro da sociedade, para que possamos realmente deixar claro que a mulher tem o seu papel importante em qualquer espaço, inclusive nos cargos de decisão. Precisamos romper o machismo e o preconceito e construir uma história diferente”.

 

  • Elenira Vilela. Professora do Instituto Federal de Educação de Santa Catarina, campus São José, doutoranda em Engenharia Mecânica. Atua no movimento sindical e de mulheres.

“Fundamental refletir sobre a condição da mulher na sociedade e em especial no serviço público. Estamos numa sociedade patriarcal, machista, que impõe uma diferença de renda entre homens e mulheres no Brasil de 42%. É fundamental conversar sobre isso, que é parte da realidade. É preciso encarar a realidade de que não é verdade que homens e mulheres no Brasil têm as mesmas condições. A questão de gênero é um tema que é preciso debater e enfrentar”.


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No quarto dia de atividades, os debates giraram em torno da Discussão étnico-racial dentro do serviço público. Como debatedores, estiveram presentes:

  • Jucélia VieiraProfessora, presidenta do Siserp Criciúma. Secretária Geral da Confetam, membro no Comitê Interamericano de Combate ao Racismo e Xenofobia da ISP e vice-presidenta da ONG Mulheres Negras Professora Maura Martins Vicência.

O serviço público se tornou algo indispensável na vida das pessoas. Todo cidadão quer serviço público, e quer serviço público de qualidade. A discussão da temática racial é fundamental. Ao analisar as estatísticas no Brasil se observa que a maioria dos cargos onde está a população negra são os cargos de menores salários e de menores condições de trabalho. Temos que olhar o processo dentro do contexto econômico, cultural, de que a população negra tem um histórico de exclusão social. É preciso fazer política pública de transformação. Discutir isso no movimento sindical é algo fundamental. Não basta discutir salários. Não basta discutir condições de trabalho da porta da fábrica pra dentro. Mas também discutir as condições de cidadania a partir do momento em que o trabalhador e o trabalhadora sai do seu local de trabalho para o ambiente social”.
 

 

  • João Carlos Nogueira. Cientista Social doutorando. Ex-secretário executivo da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República.

“As desigualdades no mercado de trabalho precisam ser combatidas. Em Santa Catarina há dados bastante reveladores, que demonstram que a presença no serviço público da comunidade negra ainda é muito pequena. É um problema estrutural, e quando afirmamos que o racismo é estrutural, é institucional, estamos dizendo que esses espaços de poder, de representação, e de serviços ainda estão longe de atender a necessidade de uma população que hoje representa mais de 55%. O Brasil precisa mudar e avançar. 


Veja abaixo o debate na íntegra
Parte 1

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Encerrando a semana de atividades, a noite de sexta-feira foi marcada pela presença de diversas pessoas que de alguma forma fazem parte da história do Sintram de São José, e que foram homenageadas pela atual direção do Sindicato. Após as homenagens, uma confraternização foi realizada. Confira abaixo a galeria de imagens.

 

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