Novo modelo de atendimento da saúde em São José sobrecarrega trabalhadores do setor

Casos de urgência passarão a ser prioridade nas UBSs, ao invés de Adeliana investir em Unidades de Pronto Atendimento.

Imagem de peça publicitária veiculada pela prefeitura de São José. O vídeo não mostra a realidade e vende uma solução paliativa para o problema da saúde no município.

A quase um mês, a prefeitura de São José vem veiculando uma propaganda sobre a nova forma de atendimento na área da saúde. No vídeo em questão, que já começa com uma realidade mentirosa, ao mostrar uma UBS vazia em que uma senhora é atendida rapidamente, a narrativa aborda o novo conceito de atendimento, e erroneamente  diz que a prioridade serão os casos de emergência. Em termos classificatórios de atendimento, casos emergenciais são os que têm risco de morte e devem ser atendidos nas emergências dos hospitais.

O ponto central não é apenas essa peça de ficção criada pela prefeitura, mas sim o que o vídeo não deixa claro. Esse modelo de atendimento, que dará ênfase aos casos de urgência, sobrecarregará o sistema de saúde municipal que sofre com a falta de investimento na atenção básica. As Equipes de Saúde da Família (ESF), as quais são a linha de frente da prevenção, atendem apenas 60% da população, num município que tem cerca 230 mil habitantes.

As UBSs deveriam estar estruturadas para atender as demandas prioritárias da atenção básica: gestantes, hipertensos, diabéticos, crianças, visitas domiciliares, realização de atividades educativas e básico e não para o atendimento de emergência. Se o intuito da prefeitura é a prioridade a esses casos, deveria investir em UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) em pontos estratégicos do município. É inadmissível que uma cidade do tamanho de São José, não possua nenhuma UPA para a população.

Adeliana, ao instituir o protocolo de acolhimento sugerido pelo Ministério da Saúde, apenas esconde o problema do sistema de saúde de São José. Essa solução paliativa sobrecarregará ainda mais as já reduzidas equipes de saúde das UBSs, deixando de lado os atendimentos básicos e preventivos, o que fará com que a população e servidores da saúde fiquem reféns da situação que a precarização trará.

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