Sem negociação servidores decidem que a greve continua

Enquanto aguardam uma posição do executivo, servidores decidem em assembleia dar continuidade a paralisação.

Servidores decidem que a greve continua enquanto não houver negociação.

Servidores da educação reuniram-se na manhã desta segunda-feira (17), no salão da Associação dos Moradores de Campinas, para decidir, mais uma vez, se a greve teria continuidade, mesmo sob a ameaça que vem do gabinete da procuradoria de judicializar a greve e declará-la ilegal. A prefeita Adeliana vem utilizando artifícios para desmobilizar o movimento grevista, que, ao que parece, ganha cada vez mais força nesse vigésimo segundo dia de paralisação.

O executivo em nenhum momento procurou o sindicato e o comando de greve para sentar e negociar a contraproposta dos servidores, a qual reivindica a sanção das leis revogadas (5552/16 e 5553/16), paralisação imediata na contratação de funcionários comissionados, corte de 20% desses funcionários e que a prefeitura pressione os maiores devedores do município.

A assembleia começou com os informes, sendo que o debate girou em torno da terceirização do trabalho. A professora Katherine disse que no município de Angelina, a terceirização já vem ocorrendo para o cargo de professor de educação física. O presidente do Sintram-SJ Marcos Aurélio dos Santos enfatizou o assunto e lembrou que em Marília, município paulista, demitiram todos os ACTs e que estes foram recontratados como terceirizados, ficando desprotegidos das salvaguardas das leis trabalhistas.

Avaliação da greve, judicialização e a resistência dos servidores

O presidente do Sintram-SJ abriu a avaliação da greve parabenizando todos e todas pela organização dos servidores, quando estes ocuparam a prefeitura para pressionar o executivo a negociar as propostas e contrapropostas. Marcos disse que o que ocorreu naquele dia foi um total descaso, já que o sindicato e comando de greve apenas foram recebidos e nada mais, criticando a postura da prefeita e da secretaria de educação, por não ter espaço na agenda para atender os servidores.

A diretora de política sindical e imprensa do Sintram-SJ Jumeri Zanetti, ainda reforçou que o executivo está apenas aguardando a judicialização da greve para pressionar os servidores a terminarem com a greve. O intuito de declarar a greve ilegal é o de descontar, a partir do dia definido pelo procurador, os dias parados e assim fazer com que o movimento perca força. Jumeri ressaltou que se houver desconto dos dias parados, não haverá reposição desses dias, lembrando que a secretaria de educação Meri Hang tem que garantir os 200 dias letivos de aula.

O professor Roberto, em sua avaliação disse que “ficou claro que eles (o executivo) querem cansar o movimento grevista e que a nossa posição é de não arredar o pé, enquanto a prefeita não sentar para uma negociação justa”, refletindo a sensação geral dos presentes, de resistência aos ataques contra a retirada de direitos.

No mesmo tom e enfatizando a necessidade de lutar pelos direitos, a advogada Lele de Souza avisou que o prazo para o desembargador declarar a greve ilegal termina hoje, e se ele decidir por tal arbitrariedade as faltas serão injustificadas. Esse é um motivo de preocupação clara para os servidores em greve, mas a advogada ressaltou que “não há evolução natural de direito social, só se conquista na luta”, afirmando que o risco maior que os servidores correm é o de não lutar pelos seus direitos.

Jumeri Zanetti finalizou as avaliações convocando os servidores a não desistir, e lembrou que se o movimento enfraquecer todos sairão perdendo, mesmo para aqueles servidores que decidirem voltar ao trabalho. A diretora do Sintram-SJ afirmou que todos os municípios estão de olho no desenrolar da greve e, dependendo do que acontecer, será um sinal para outras prefeituras retirarem direitos, por isso, os servidores de São José tem que ser um exemplo de resistência.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*